O faturamento do comércio virtual (e-commerce) foi de R$ 8,4 bilhões no primeiro semestre deste ano, uma alta de 24% em comparação ao mesmo período de 2010. A previsão é que o comércio on-line feche o ano com faturamento de R$ 18,7 bilhões, o que representaria uma expansão de 26% na comparação com 2010.
Os eletrodomésticos continuam a ser os produtos preferidos pelos internautas consumidores, com 13% do total das compras via internet, seguidos pelos segmentos de informática, com 12%, e saúde, beleza e medicamentos, com 11%. Os dados são do relatório WebShoppers, da consultoria e-bit.
Um dos destaques do relatório foi a participação da faixa de renda mais baixa (com ganho familiar de até R$ 3 mil por mês) no e-commerce, que passou a representar 61% dos novos consumidores on-line.
Viagem e lazer são os principais alvos de consumo da classe AB até o final deste ano, de acordo com a pesquisa O Observador. Esses itens foram citados por 50% dos entrevistados do levantamento, seguidos por eletrodomésticos (49%), móveis (47%) e decoração (28%).
Entre esses sonhos de consumo, o que deu maior salto em comparação à pesquisa anterior foram os eletrodomésticos, que tinham recebido 41% das indicações da classe AB em comparação a 2010.
Além disso, os planos de comprar computador para casa também subiram bastante na comparação anual (18% em 2010 e 27% na pesquisa O Observador 2011).
Também tiveram alta expressiva decoração (de 24% para 30%) e propriedades (de 14% para 20%).
A compra de carro foi apontada por 28% dos entrevistados dessa faixa de renda, nível inferior ao da pesquisa anterior (30%). Também teve queda a intenção de consumo de equipamentos esportivos (de 12% para 11%).
O otimismo do consumidor voltou a crescer em julho, depois de dois meses de estabilidade. A constatação é do Índice Nacional de Confiança do Consumidor da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
A pesquisa da CNI mostrou que o otimismo aumentou em 1,3% em julho como consequência principalmente da redução da preocupação com o aumento da inflação. No mês passado, 61% dos entrevistados acreditavam que haveria aumento geral dos preços, em comparação aos 69% de junho.
A pesquisa da CNI mostrou, por outro lado, aumento da preocupação dos consumidores com relação ao desemprego. Do total de entrevistados, 7% preveem que o desemprego vai aumentar muito, 36% acham que vai aumentar e 25% acreditam que o nível não vai mudar.
A comparação com julho de 2010 mostrou que as previsões otimistas em relação à economia diminuíram – o recuo foi de 3%, o que significa a maior queda no índice em 12 meses. A redução aconteceu em todos os seis componentes do indicador: expectativas sobre a trajetória da inflação, desemprego, renda pessoal, situação financeira, endividamento e compras de bens de maior valor.
Mesmo com a incerteza no mercado externo e com os juros em alta, o brasileiro está otimista em relação à economia. O Índice de Confiança do Consumidor calculado pela Fundação GetulioVargas mostrou que o grau de satisfação e a expectativa otimista cresceu 5,4% em julho, na comparação com junho. Com a elevação, o índice alcançou 124,4 pontos, maior nível desde que esse cálculo começou a ser feito, em setembro de 2005.
Na avaliação da coordenadora técnica da pesquisa, Viviane Bittencourt, a alta aconteceu em consequência da desaceleração da inflação. “O aumento de preços aconteceu em ritmo mais moderado, principalmente em combustíveis e alimentos, e com isso trouxe alívio ao bolso do brasileiro”, afirmou Viviane.
Outro impulsionador do otimismo, segundo Viviane, é o nível elevado de oferta de emprego: “O consumidor sente-se com mais renda, o que influencia diretamente a gastança”, afirmou.
Os gastos com educação recuaram no ano passado, de acordo com a Pesquisa O Observador, que constatou: a despesa média mensal com esse item foi de R$ 274, em comparação aos R$ 278 do levantamento de 2009. O pico de gastos dos brasileiros nessa área aconteceu em 2007, quando a média foi de R$ 299.
Na divisão por classes de renda, as despesas com educação das classes AB somaram R$ 384 em média, em comparação a R$ 193 da C e R$ 120 da DE.
Por regiões, os gastos com educação no Sudeste foram, na média mensal, de R$ 321, vindo a seguir o Sul (R$ 278), Norte/Centro-Oeste (R$ 269) e Nordeste (R$ 125).
As classes D e E estão impulsionando a venda de itens ligados à higiene pessoal e à perfumaria. Um exemplo é o antisséptico bucal: o número de lares de baixa renda que comprou o produto subiu 42% no primeiro trimestre de 2011 com relação ao mesmo período de 2010 e chegou a 1,7 milhão, segundo levantamento da Nielsen – muito próximo, portanto, do 1,8 milhão de lares das classes A e B que consomem esse produto.
De acordo com números da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), em 2004 apenas 3% da população das classes D e E usavam antisséptico bucal.
Outro exemplo do avanço das classes D e E nesse segmento é o uso de perfumes. Em cinco anos, a porcentagem de lares dessas classes de renda que compram e usam o produto saltou de 66% para 85%, segundo números da Abihpec. Assim, as faixas de renda mais baixa se aproximam, também nesse item, das classes A, B e C, em que a porcentagem é de 90%.
A pesquisa O Observador 2011 mostrou que os brasileiros optam cada vez mais por compras à vista quando se trata de aquisição de televisão, geladeira, fogão e carros. O levantamento mostrou que no ano passado 64% dos consumidores financiaram a compra de TVs, em comparação aos 83% de 2009. Nas geladeiras e fogões, a queda foi de igual proporção: de 84% para 65% na comparação anual.
Desde que a pesquisa começou a ser realizada, em 2005, o índice de compras financiadas recuou de maneira expressiva na aquisição de televisores (de 80% para 64%) e de fogões (de 79% para 65%). Em geladeiras, no entanto, a proporção cresceu no período, de 55% para 65%.
Também na compra de carros houve redução dos financiamentos. O índice foi de 66% no ano passado, em comparação a 81% em 2009. Na primeira versão da pesquisa O Observador, em 2005, esse porcentual era de 70%.
O Índice Nacional SCPC de Crédito ao Consumidor cresceu 7,2% em junho, em comparação ao mesmo mês do ano passado. O indicador baseia-se no número de consultas aos 2.200 Serviços de Proteção ao Crédito de todo o Brasil e é considerado um sinalizador importante sobre a demanda no varejo.
Segundo o levantamento, a região Nordeste foi a que teve maior aumento do índice, com 13%, seguido do Norte, 8,5% e do Centro-Oeste, com 7%. O Sudeste teve 6,8% de crescimento das consultas, e o Sul, 5% em junho.
Quanto à inadimplência, houve forte aumento – de 15% -- do número de Registros Negativos incluídos nos cadastros dos SCPCs e SPCs. A elevação, no entanto, foi em parte compensada pelo crescimento do número de Registros Cancelados, de 12,5% no mesmo período.
Segundo Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, as perspectivas até o final do ano são de continuidade da expansão das vendas do varejo, porém em ritmo mais lento do que o do primeiro semestre, com a inadimplência mantendo-se em patamar superior ao de 2010, mas abaixo do nível de 2009.
A classe C é a campeã no uso de cartão de crédito nas compras pela internet, segundo a pesquisa O Observador 2011. O levantamento mostrou que 76% dos entrevistados daquela classe optam pelo plástico para pagar suas compras on-line, em comparação aos 72% dos consumidores internautas da AB e aos 47% da DE.
Na divisão por regiões, a maior porcentagem do uso de cartões de crédito no consumo pela internet é no Norte/Centro-Oeste, com 82%, seguido pelo Sudeste (78%), Nordeste (61%) e Sul (44%).
No geral, o cartão de crédito manteve-se como o meio de pagamento mais utilizado nas compras via computador, com 73% das preferências, seguido pelo boleto bancário, com 62%, depósito identificado (14%) e crediário (9%).
O boleto bancário foi, na comparação anual, o que teve maior alta entre os internautas consumidores. Em 2009, essa alternativa foi apontada por 47% dos entrevistados, em comparação aos 72% do cartão de crédito e aos 13% do depósito identificado.
O Índice Nacional de Satisfação do Consumidor, divulgado pela ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), mostrou que os fabricantes de veículos tiveram a maior queda no levantamento de maio – o indicador foi de 62% naquele mês, em comparação a 69,8% em abril.
A satisfação com relação a bebidas ficou praticamente estável (79,5% em maio e 79,6% em abril), e teve alta em relação ao segmento de cuidados pessoais (“personal care”), que passou de 83,6% em abril para 88,8% em maio.
A confiança do consumidor no setor de bens de consumo, segundo o indicador, recuou para 69,4% em maio, depois de registrar 73,8% em abril. Comparando todos os itens, o INSC teve ligeira queda mensal, de 62,3% em abril para 61,3% em maio.
O índice é o único indicador brasileiro que leva em conta informações totalmente levantadas na web e analisa 28 empresas de quatro setores da economia – varejo, financeiro, informação e bens de consumo.
A região Norte/Centro-Oeste foi a que mais gastou com vestuário no ano passado. A despesa mensal com esse item na região foi de R$ 269, conforme mostra a pesquisa O Observador 2011. No Sudeste, os gastos com esses itens foram de R$ 233 e em seguida vieram Sul, com R$ 168, e Nordeste (R$ 143). Os dados referem-se à despesa com esses produtos no mês anterior ao da realização da pesquisa (dezembro de 2010). Na divisão por classes sociais, as despesas somaram R$ 284 na AB. Na classe C, os gastos com vestuário foram de R$ 182 e na DE, de R$ 136, segundo a pesquisa. O gasto mensal médio com esses itens foi de R$ 198 em 2010, depois de ter alcançado R$ 172 no ano anterior. Na primeira pesquisa O Observador, realizada em 2005, essas despesas foram de R$ 120, o que significa que houve aumento de R$ 78 no consumo de vestuário no período. |
Telefone celular e móveis atraem cada vez mais consumidores, que planejam em número crescente adquirir esses bens. A pesquisa O Observador mostrou que, de 2005 a 2010, a fatia de consumidores que planejou comprar esses produtos aumentou 9 pontos percentuais, a maior alta entre 12 itens citados na mostra. A pretensão de adquirir móveis subiu de 31% para 40% e a de comprar um celular cresceu de 16% para 25% no período.
Também tiveram alta expressiva os itens eletrodomésticos (de 31% para 38%), lazer/viagem (25% para 32%) e computador para casa (13% para 20%), todos com elevação de 7 pontos percentuais entre os anos de 2005 e 2010.
Dos 12 itens, apenas um teve queda no período: equipamentos esportivos, que recuou 3 pontos percentuais, de 10% para 7%.
O endividamento das famílias recuou em junho, de acordo com levantamento mensal da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O percentual de famílias que declararam ter dívidas ou contas em atraso recuou de 24,4% em maio para 23,3% em junho, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela entidade.
O nível dos que declararam não ter condições de pagar seus débitos teve pequeno recuo, de 8,6% para 8,4%, mostrou a pesquisa.
Na segmentação por faixa de renda, mais famílias declararam-se endividadas em junho no grupo com renda inferior a 10 salários mínimos (65,6% em junho contra 65,2% em maio). Já entre as famílias que ganham mais de 10 salários mínimos o percentual das endividadas teve recuo, de 57,7% para 55,3% no período.
Mais de 39,5 milhões de brasileiros passaram para a classe C entre 2003 e 2011, segundo pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas). O crescimento foi maior a partir de 2009, quando mais de 10 milhões de pessoas migraram para essa classe de renda. O levantamento constatou também que 9,2 milhões de pessoas migraram para as classes A e B no período.
De acordo com o estudo, houve redução nos contingentes que formam as classes D (que “perdeu” 7,9 milhões de brasileiros) e E (com menos 24,6 milhões) nos últimos oito anos.
Os números foram obtidos por meio do cruzamento de dados entre a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), ambas realizadas pelo IBGE. A pesquisa foi batizada como 'Os Emergentes dos Emergentes: Reflexões Globais e Ações Globais para a Nova Classe Média Brasileira'.
A classe AB foi a que mais gastou com transporte coletivo, com R$ 109 na média mensal no ano passado. O dado é da pesquisa O Observador 2011, que mostrou também que a classe C teve gasto médio de R$ 68 com o item no ano passado, e que na classe DE a despesa média foi de R$ 51. Na média, o transporte coletivo custou R$ 71 aos brasileiros no período.
Entre as regiões, o maior gasto com esse item foi no Norte/Centro-Oeste, com R$ 90, seguido de perto pelo Sudeste, com R$ 86. O gasto foi menor que a média brasileira nas regiões Sul (R$ 54) e Nordeste (R$ 53).
Já as despesas com combustível somaram R$ 173 na média na classe AB, R$ 104 na classe C e R$ 65 na DE. Na divisão por região, o Sudeste somou R$ 156, em comparação a R$ 126 tanto no Sul quanto no Norte/Centro-Oeste e R$ 90 no Nordeste. A média nacional de gastos com combustíveis no período foi de R$ 138.